Iaiá, se eu peco é na vontade / de ter um amor de verdade. / Pois é que assim, em ti, eu me atirei / e fui te encontrar / pra ver que eu me enganei. // Depois de ter vivido o óbvio utópico / te beijar / e de ter brincado sobre a sinceridade / e dizer quase tudo quanto fosse natural / Eu fui praí te ver, te dizer: // Deixa ser. / Como será quando a gente se encontrar ? / No pé, o céu de um parque a nos testemunhar. / Deixa ser como será! / Eu vou sem me preocupar. / E crer pra ver o quanto eu posso adivinhar. // De perto eu não quis ver / que toda a anunciação era vã. / Fui saber tão longe / mesmo você viu antes de mim / que eu te olhando via uma outra mulher. / E agora o que sobrou: / Um filme no close pro fim. // Num retrato-falado eu fichado / exposto em diagnóstico. / Especialistas analisam e sentenciam: / Oh, não! // Deixa ser como será. / Tudo posto em seu lugar. / Então tentar prever serviu pra eu me enganar. // Deixa ser. / Como será. / Eu já posto em meu lugar / Num continente ao revés, / em preto e branco, em hotéis. / Numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê.
(Marcelo Camelo / Rodrigo Amarante)
(Marcelo Camelo / Rodrigo Amarante)
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